terça-feira, 13 de abril de 2010

É lobby, é conchavo, é propina e jeton...

Aura, obra de arte, reprodução técnica, fotografia, valor de eternidade cinema e teatro ...a discussão sobre esses assuntos embasadas nas ideias de Walter Benjamin estão, cada vez mais, aguçando minha ideias e fazendo-me despertar para quão fantasioso é todo esse mercado da indústria da arte que envolve, não só os artistas, ou ditos como tais, mas, sobretudo, aqueles cuja participação é de extrema importância nesse panorama da exposição para valoração de culto.
Bom , hoje vimos que o plano de fundo para todas essas obras, paira na questão da aura que é consequência do discurso travado sobre ela, pricipalmente de quem ou o quê profere esse discurso. Antigamente, não acredita-se que a fotografia fosse cosiderada uma obra de arte, pois a
me
sma era produto de um artefacto, objeto, a câmera e não necessariamente, de alguém que a produz. Porém, Benjamin nos traz que para a fotografia existir é necessário que quem a faz tenha o conhecimento mínimo necessário ou adquira as técnicas para que tenha um bom resultado. Nesse caso, será que o fotógrafo não é também um artista? O que dizer de um pintor que se utiliza também de artefacto, agora digo do pincel, que lhe serve de instrumento para confecção de seus quadros? Este é mais artista que o anterior em quê? Os dois possuem aptidão, mas sobretudo, talento provenientes de técnicas e conhecimentos adquiridos para produção de suas obras.Com isso, paira-se na discussão da fotografia. Esta, durante muito tempo retratava somente o "aqui e agora" e a realidade daquele momento. Hoje em dia, a tecnologia avançou bastante proporcionando que os registros não se limitem apenas a realidade, mas que também abarquem o processo da simulação, o artificial.
Comparando-se uma obra de arte e uma fotografia dessa mesma obra, Benjamin constatou que a segunda tem valor de eternidade em relaçaõ a primeira, pois esta sofre de um desgaste do seu suporte original ou matéria-prima que a confeccionou, enquanto que a segunda irá perpetuar eternamente aquele registro fotográfico, independente do suporte adotado (gelo, cobre, gesso...).
Todavia, nesse caso, ocorre uma perda da aura dessa obra, já que, quem
manteve sua existência foi uma produção imagética dela e não mais sua essência em si. Nesse âmbito, o prof. Edvaldo nos trouxe diversos exemplos que, não só ratificam essa teoria, como nos mostra que para haver essa valorização da obra, ou para ser mais sincera, para que determinada obra seja considerada de fato, uma obra de arte, são necessárias Autoridades para essa assertiva. Algumas delas podem ser provenientes, OU NÃO, de escolas de artes, leitoras e estudiosas do assunto, mas correspondem a uma pequeniníssima percela da população. Outras autoridades são representadas por instituições, leia-se museus, galerias, universidades, que fazem com que aquilo que não é, passe a ser, pois já possuem o contexto propício para sua fabricação. Um coisa, é um cabo de vassoura na cozinha de minha casa, outra - bem diferente por sinal- é esta mesma vassoura, exposta em um museu renomado. Logo, percebo que determinada obra só é considerada arte quando sai daquele cotidiano e é exposto em local que a destaca para ser considerada como tal. Entretanto, surge então uma outra autoridade, dessa vez mais influenciadora que as demais, são as personalidades. Estas podem ter, OU NÃO, um link com tais obras - leia-se interesses financeiros, amorosos, sexuais e em último caso, a apreciação - para que intervenham na sua exposição e divulgação para o mercado. Nesse tocante, temos as famosas amizades do artista renomado com nãoseiquenzinho da música, teatro cinema, artes ou aquela que é a mais poderosa, quiça perversa e ditadora das outras autoridades, estou falando da MÍDIA, aqui representada por aquela caixinha formadora de opiniões, moda e costumes, a TV.
No entanto, existe algo maior por detrás de todas essas autoridades para o consenso de que tal obra é arte e fará sucesso, que é o DISCURSO. Daí traçamos uma comparação, será que o artesanato também é uma obra de arte?? Embasados nas ideias acima vimos que para ser considerado como tal, deve estar acompanhado de discursos e toda a sua equipe: um VIVA para lobby, jabá e a propina !!!

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